JoVE Logo

Entrar

5.6 : Condicionamento Clássico no Cotidiano

O condicionamento clássico, um princípio fundamental da aprendizagem associativa, explica vários fenômenos observados no cotidiano, como o desenvolvimento de medos, o efeito placebo, a aversão ao sabor e a habituação a drogas. Essas aplicações demonstram o profundo impacto da aprendizagem associativa no comportamento humano e nas respostas fisiológicas.

John B. Watson e Rosalie Rayner demonstraram, de forma famosa, o desenvolvimento do medo por meio do condicionamento clássico em seu experimento com o pequeno Albert. Eles associaram a visão de um rato branco (estímulo neutro) com um barulho alto (estímulo incondicionado), que naturalmente desencadeia medo (resposta incondicionada). Após repetidas associações, o pequeno Albert começou a temer apenas o rato branco (resposta condicionada). Esse medo é generalizado para animais semelhantes, como coelhos e gatos, ilustrando como as respostas condicionadas de medo podem se estender a estímulos relacionados, como casacos peludos e máscaras de Papai Noel.

O efeito placebo, em que um paciente experimenta mudanças fisiológicas reais após receber uma substância inerte, pode ser explicado por meio do condicionamento clássico. Quando um placebo (estímulo neutro) é associado a um medicamento ativo (estímulo incondicionado) que produz um efeito terapêutico (resposta incondicionada), o placebo sozinho pode provocar uma resposta semelhante (resposta condicionada). Esse fenômeno destaca o poder da aprendizagem associativa em contextos médicos e ressalta a importância de controlar o efeito placebo em testes de medicamentos.

A aversão ao sabor é outra forma de condicionamento clássico. Suponha que um indivíduo consuma um alimento específico (estímulo neutro) e, subsequentemente, sinta náusea (resposta incondicionada) devido a uma doença (estímulo incondicionado). Nesse caso, o indivíduo pode desenvolver aversão a esse alimento (resposta condicionada). A aversão aprendida pode ocorrer após uma única associação, demonstrando a eficiência do condicionamento clássico na promoção da sobrevivência ao evitar substâncias potencialmente prejudiciais.

A habituação a drogas e o risco associado de overdose também podem ser compreendidos por meio do condicionamento clássico. Quando um usuário de drogas consome repetidamente uma substância (estímulo incondicionado) em um ambiente específico (estímulo neutro), o ambiente se torna um estímulo condicionado que desencadeia respostas fisiológicas preparatórias (resposta condicionada). Por exemplo, uma pessoa que usa heroína e que normalmente injeta em casa terá seu corpo condicionado a se preparar para os efeitos da droga naquele ambiente. Suponha que a droga seja tomada em um ambiente diferente. Nesse caso, a falta de respostas condicionadas pode aumentar o risco de overdose, pois o corpo não está adequadamente preparado para o impacto da droga.

Os terapeutas utilizam o condicionamento clássico para modificar comportamentos desadaptativos. O condicionamento aversivo é uma técnica em que um comportamento problemático é associado a um estímulo desagradável para reduzir sua ocorrência. Por exemplo, associar o consumo de álcool (estímulo neutro) a um agente indutor de náusea (estímulo incondicionado) pode criar uma aversão ao álcool (resposta condicionada), ajudando assim os indivíduos a reduzirem o consumo.

Essas diversas aplicações do condicionamento clássico ressaltam sua importância na formação do comportamento e das respostas fisiológicas. Ao compreender e utilizar os princípios do condicionamento clássico, terapeutas, educadores e profissionais médicos podem desenvolver intervenções eficazes para abordar vários problemas psicológicos e comportamentais, melhorando o bem-estar geral.

Tags

Classical ConditioningAssociative LearningFear DevelopmentPlacebo EffectTaste AversionDrug HabituationLittle Albert ExperimentNeutral StimulusUnconditioned StimulusConditioned ResponsePhysiological ResponsesDrug TrialsLearned AversionSurvival Mechanisms

Do Capítulo 5:

article

Now Playing

5.6 : Condicionamento Clássico no Cotidiano

Learning

633 Visualizações

article

5.1 : Introdução à Aprendizagem

Learning

337 Visualizações

article

5.2 : Aprendizagem Associativa

Learning

298 Visualizações

article

5.3 : Condicionamento Clássico

Learning

446 Visualizações

article

5.4 : Princípios do Condicionamento Clássico

Learning

499 Visualizações

article

5.5 : Aplicação do Condicionamento Clássico no Mundo Real

Learning

527 Visualizações

article

5.7 : Condicionamento Operante

Learning

1.5K Visualizações

article

5.8 : Lei do Efeito

Learning

1.3K Visualizações

article

5.9 : Reforço

Learning

180 Visualizações

article

5.10 : Evitação, Aprendizagem e Desamparo Aprendido

Learning

1.7K Visualizações

article

5.11 : Punição

Learning

153 Visualizações

article

5.12 : Papel da modelagem no condicionamento operante

Learning

267 Visualizações

article

5.13 : Reforçadores primários e secundários

Learning

198 Visualizações

article

5.14 : Generalização, discriminação e extinção

Learning

450 Visualizações

article

5.15 : Cronogramas de armadura

Learning

132 Visualizações

See More

JoVE Logo

Privacidade

Termos de uso

Políticas

Pesquisa

Educação

SOBRE A JoVE

Copyright © 2025 MyJoVE Corporation. Todos os direitos reservados